Maranhão continua como terceiro maior produtor de
arroz do Brasil
A
previsão é de que sejam colhidas, este ano, 685.400 toneladas de grãos.
Foto: Vitória Castro |
SÃO LUÍS - De acordo com o quarto levantamento da
Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Maranhão manterá, durante a
safra 2012/2013, a posição de terceiro maior produtor de arroz do Brasil. A
previsão é de que sejam colhidas, este ano, 685.400 toneladas de grãos,
representando um aumento de 46,5% em relação à safra 2011/2012.
O secretário de Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, Cláudio Azevedo, informou que, apesar da redução de 37% na
produção, comparada à safra 2010/2011, o Maranhão produziu 467,7 mil toneladas
de arroz na safra passada. “A estiagem prejudicou bastante a produção. As
pesquisas de campo apontavam que o Maranhão ficaria em quarto lugar, perdendo a
posição para o Estado do Mato Grosso, mas após a finalização da colheita, os
números mostraram que produzimos 6,4 mil toneladas a mais que o Mato Grosso”,
disse Cláudio Azevedo.
Apesar dos números otimistas divulgados pela Conab,
Cláudio Azevedo alerta que existe a possibilidade de perda de parte dessa
produção, em consequência das poucas chuvas que estão caindo em algumas regiões
do Maranhão, como é o caso das regionais de Zé Doca e Viana. “O Governo do
Estado distribuiu para a safra deste ano, 605 toneladas de sementes de arroz e
soubemos de relatos de alguns produtores que estão aguardando a chegada das
chuvas para iniciar o plantio”, informou.
Este ano está previsto um aumento de cerca de 5 mil
hectares na área de plantio de arroz no Maranhão. Um dos motivos para elevar a
produção é a produtividade, que no ano passado ficou na média de 1.098 kg/ha e
agora, na safra 2012/2013, pode atingir 1.598 kg/ha.
Os dez maiores produtores de arroz no Estado são os
municípios de Santa Luzia, Grajaú, Barra do Corda, Arari, Bom Jesus das Selvas,
Mirador, Tuntum, Vitória do Mearim, São Domingos do Maranhão e Colinas.
No Brasil, a estimativa é de que haja uma colheita
de cerca de 12,1 milhões de toneladas do grão, um crescimento de apenas 4% em
relação a safra do ano passado.
O Rio Grande do Sul e Santa Catarina respondem por
75% da produção nacional de arroz. A previsão é de que o estado gaúcho produza,
aproximadamente, 7,7 milhões de toneladas de arroz. Santa Catarina é o segundo
colocado, com uma previsão de colheita de 1 milhão de toneladas.
Sementes
O Programa Viva Sementes distribuiu as sementes de
arroz a 60.500 agricultores, incluindo áreas quilombolas, indígenas e de
assentamentos rurais. Também foram distribuídas 900 toneladas de sementes de
milho, além das sementes de hortaliças, que já estão sendo entregues aos
agricultores.
As sementes são um dos principais insumos na
agricultura. E também um dos mais caros, impossibilitando muitos agricultores
familiares de terem acesso a ela, tendo como alternativa a utilização de grãos
de safras anteriores, que possuem baixo teor de germinação. “O dinheiro que eu
ia gastar comprando um pouquinho de semente eu usei para pagar as despesas de
casa”, contou a agricultora Maria Alice Marques de Sousa, da Associação dos
Produtores Rurais da Vila São Raimundo I, localizada no município de Zé Doca.
Ela disse que recebeu 10 quilos de sementes de
milho e cinco quilos de sementes de arroz e que o marido, Manoel Farias dos
Santos, iniciou o plantio de arroz desde a semana passada. “Todo o milho já foi
plantado e esperamos terminar o plantio do arroz até o dia 5 de fevereiro”,
contou ela.
Já na região de Imperatriz, a colheita do arroz
plantado por cerca de 1.800 famílias que receberam 18 toneladas de sementes do
grão está prevista para iniciar a partir do mês de março. “Toda a área está
plantada e não estamos tendo problemas com chuvas, que aqui estão regulares”,
informou o gestor da Agência de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural da Agerp
de Imperatriz, José Ribamar Araújo da Silva.
A Agerp, que é um órgão vinculado à Secretaria de
Desenvolvimento Social e Agricultura Familiar (Sedes), é responsável,
juntamente com os sindicatos e associações, pela distribuição das sementes
junto aos produtores. O órgão estadual desempenha ainda a função de prestar
assistência técnica aos agricultores maranhenses.
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