Negociação foi anunciada neste sábado
Quase 200 nações chegaram a um senso comum anunciado neste sábado após
negociações que se prolongaram por toda a noite, para limitar o uso de gases de
efeito estufa, estes muito mais potentes do que o dióxido de carbono. As
negociações sobre hidrofluorcarbonetos, ou HFCs, são o primeiro teste do bom
senso global para reduzir emissões desde o Acordo de Paris, do ano passado.
Os HFCs são utilizados em aparelhos de ar condicionado e refrigeradores
e são descritos como o poluente que mais cresce em uso no mundo. De acordo com
especialistas, reduzir o seu uso é o meio mais rápido para diminuir o
aquecimento global.
Diferente do acordo mais amplo de Paris, este acordo é legalmente
obrigatório. Ele limita e reduz o uso de HFCs em um processo gradual que começa
em 2019 com países desenvolvidos, incluindo os Estados Unidos. Mais de 100
países em desenvolvimento, como a China, o maior poluidor mundial, começam a
adotar medidas em 2024, quando o consumo de HFCs deve atingir seu pico.
Um pequeno grupo de países que inclui Índia, Paquistão e alguns Estados
do Golfo Pérsico pressionou e conseguiu adiar o início das ações para 2028,
alegando que suas economias precisam de mais tempo para crescer.
“Foi um momento histórico, e estamos felizes de termos chegado a esse
ponto em que podemos ter um consenso sobre a maioria das questões colocadas na
mesa”, disse o principal delegado da Índia, Ajay Narayan Jha.
Grupos ambientalistas esperavam que o acordo pudesse reduzir o
aquecimento global em meio grau centígrado até o fim deste século. Este acordo
representa cerca de 90% do caminho até lá, disse Durwood Zaelke, presidente do
Instituto para Governança e Desenvolvimento Sustentável. Segundo Zaelke, esta é
a “maior redução de temperatura já alcançada por um único acordo”.
Corresponde a “interromper por mais de dois anos toda a emissão de
dióxido de carbono de combustíveis fósseis no mundo”, disse em comunicado David
Doniger, diretor do programa de clima e ar limpo no Conselho de Defesa de
Recursos Naturais.
HFCs foram introduzidos nos anos 1980s como um substituto de gases que
destroem a camada de ozônio. Mas os riscos aumentaram com o crescimento das
vendas de aparelhos de ar condicionado e refrigeradores em países emergentes
como China e Índia. Fonte: Associated Press.
Fonte: Estadão
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