FATORES DEGRADANTES CONTRIBUEM PARA FUGA EM MASSA DE CARCERAGEM DE MIRINZAL

Foto Reprodução
Fontes: Icururupu e Caio Hostilio

MIRINZAL – Por volta das 18:40 desta última sexta-feira (12), cerca de dezesseis detentos fugiram da carceragem de Mirinzal cidade a 416 km da capital São Luís. A Segunda Companhia Independente, sediada em Mirinzal informa que na carceragem haviam dezoito (18) detentos, destes, apenas 2 resistiram à fuga e ficaram na prisão. 


Uma guarnição de serviço fazendo rondas de rotina, estava passando enfrente á carceragem quando depararam com populares que informaram que ali havia uma fuga de preso, adentrando na carceragem os Policiais constataram o fato. Ainda segundo os Policiais da 2ª Companhia Independente de Mirinzal, a fuga foi realizada após os detentos serrarem os cadeados e renderem o único carcereiro que estava no local, tomando-lhe as chaves do portão que daria acesso á rua e deixando-o de mãos amarradas para trás e preso em uma das celas.

Diante do ocorrido, os Policiais que realizavam a ronda de rotina na localidade comunicaram a fuga ao Delegado do município, Dr. Jorge, e em seguida realizaram diversas diligências nos bairros e povoados do município, todavia, até o presente momento só foi possível capturar dois foragidos de um total de dezesseis. 

A cadeia de Mirinzal fica localizada próxima à Av. do Aeroporto, com frente para a Av. Maria Firmina, no centro da cidade. Embora a sede da polícia civil fique localizada na mesma rua, e em outro prédio isso não foi suficiente para evitar a fuga.

O blogueiro Caio Hostilio destacou a matéria com este texto que demonstra revolta, e mostra a realidade fática vivenciada por detentos e profissionais que trabalham na cadeia de Mirinzal.   


Assim é a delegacia de policia no Maranhão da miséria!!! Fuga em massa amedronta população de Mirinzal
Eis aí a falácia do Aparelho de Segurança Pública no Maranhão, cuja miséria chega até nas delegacias de polícia. Não deu outra, fuga em massa na delegacia de Mirinzal. O resultado foi deixar a população apavorada. As condições são insalubres e degradantes, além de ver servidores municipais servirem de carcereiros. Absurdo!!! Olha que a gestão de Flávio Dino sequer respeita a ação que interditada esse casebre com delegacia. E assim segue o Maranhão da miséria de Todos Nós!!!

Boa noite, Caio

Fuga na delegacia de Mirinzal/MA. Dos 18, ficaram só 2. Os carcereiros são da prefeitura. A situação é alarmante, a vida dos policiais e população está em risco nessa situação. Delegacia não é lugar de preso. Foi hoje às 19 h. O carcereiro foi rendido pelos presos, foi amarrado. Veja a carceragem da delegacia. Essa carceragem da delegacia está sendo usada como cadeia, inclusive existe uma ação civil pública interditando ela, mas o executivo não cumpriu. Diz que delegacia não é cadeia, e soma estas outras informações que passei, cita os carcereiros da prefeitura, que não são capacidade para isso, que ano passado teve fuga, que os investigadores estão deixando de fazer o trabalho de investigação para cuidar de preso, ou seja, atuando num desvio de função. Os carcereiros não são agentes penitenciários. Tem, mas não são pela lei os responsáveis por este serviço, como disse acabam acumulando essa função e prejudicando o trabalho fim da polícia civil.

Outras informações
Estudo divulgado pelo Ministério da Justiça em junho de 2016 constata que o País é o terceiro do mundo em número de detentos. Estado com maior superlotação é o Amazonas (cinco presos por vaga). No período citado, a população carcerária do Brasil atingiu a marca de 726,7 mil presos, mais que o dobro de 2005, quando o estudo começou a ser realizado. Naquele ano, o Brasil tinha 361,4 mil presos, de acordo com o levantamento.
Esses 726 mil presos ocupam 368 mil vagas, média de dois presos por vaga. “Houve um pequeno acréscimo de unidades prisionais a partir de 2014, muito embora não seja o suficiente para abrigar a massa carcerária que vem aumentando no Brasil. Então, o que nos temos, é um aumento da população carcerária e, praticamente, uma estabilidade no que se refere à oferta de vagas e oferta de estabelecimentos prisionais”, afirmou o diretor-geral do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), Jefferson de Almeida.

Do total da população encarcerada, 40% são presos provisórios, isto é, ainda sem julgamento, segundo o estudo, desenvolvido pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública em parceria com o Departamento Penitenciário Nacional (Depen).

Dos 726.712 presos em junho de 2016, 94,8% (689.510) estavam nos sistemas penitenciários estaduais. Outros 5% (36.765) estavam custodiados em carceragens de delegacias ou outros espaços de custódia administrados pelas secretarias de segurança pública e menos de 1% (437) em presídios federais.

A maior população prisional do país está em São Paulo, onde há 240.061 presos. O estado é seguido por Minas, com 68.354, e Paraná, com 51.700. A menor população carcerária está em Roraima, onde foram registrados 2.339 presos.
Políticas para o sistema prisional

De acordo com o diretor-geral do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), Jefferson de Almeida, os dados do Infopen vão permitir que o governo elabore políticas para o sistema prisional em 2018 e melhore a aplicação dos recursos públicos.

“A estatística vai permitir a correta aplicação dos recursos financeiros dentro das premissas que o estudo estatístico aponta”, explicou Almeida.

De acordo com Jefferson de Almeida, existem recursos para aprimoramento do sistema. “Só em dezembro de 2016 foram repassados aos estados mais de R$ 1 bilhão”, afirmou. Os dados divulgados pelo Depen foram atualizados até junho de 2016. No início de 2017 o G1 fez um levantamento com base nos dados mais atualizados dos governos dos 26 estados e do Distrito Federal.

O levantamento do G1 apontava um déficit de 273,3 mil vagas no sistema carcerário, com 668.182 presos, dos quais 37% provisórios. O número do levantamento do G1 é menor que o do Infopen porque não estão contabilizados os casos de presos em delegacias.
Sem julgamento. Segundo o levantamento, quatro em cada dez presos brasileiros não tinham sido julgados quando o estudo foi concluído, em junho 2016.

Em 9 estados, havia mais presos sem condenação do que efetivamente julgados e condenados. O pior caso era o do Ceará, onde dois em cada três presos eram provisórios. Em Sergipe, onde 65% dos presos não tinham condenação, todos os presos provisórios, no período da pesquisa, estavam encarcerados havia mais de 90 dias. No Amazonas, 64% dos presos eram provisórios – três em cada quatro estavam encarcerados havia mais de três meses.

Em 2014, a média de presos sem condenação já era de 40%, mas os percentuais de presos nessa condição (mais de 90 dias encarcerados) era menor, de 26%. O Ceará tinha a maior taxa nesse quesito (42%).

Esse é o senário do sistema carcerário brasileiro, embora não tenhamos dados oficiais da realidade carcerária de Mirinzal, não é difícil deduzir que as condições não são diferentes daquelas constatada no Estado como um todo, é sabido que o Maranhão ampliou a oferta de vagas no sistema prisional, bem como vem realizando medidas para melhorar o sistema de segurança do Estado, como por exemplo realizando novos concursos públicos, seja para a Polícia Militar, quanto para a Polícia Civil, todavia, o efeito dessas ações tende a demorar ainda um tempo, o fato é que a população ainda não se sente segura e fuga como esta de Mirinzal acende o alerta da real necessidade de melhorias constantes. 

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